Titão, meu amigo. Você tem um espírito muito bonito, uma alma singular; toda vez que por aqui passo, tenho mais e mais surpresas. Canceriano igual a eu é bicho saudosista por natureza. Obrigado por isso também.
Olha, como não tenho seu e-mail, desculpe tomar-lhe o tempo, mas vou lhe contar uma saudade que tenho de comercial (até porque já trabalhei em rádios): trata-se um da Volkswagen, ainda de rádio, salvo engano lá de 1963 ou 64, em que se anunciava, pasme, a "Kombi". A certa altura do jingle, já quase ao final, o locutor dizia mais ou menos assim: - ... numa Kombi cabe até um contrabaixo (acústico). (e perguntava em seguida) Você conhece um contrabaixo? (e então vinha o sonoro arremate)... tum-tum-tum-TUM!
Pois então Tito, a essa época eu andava de violãozinho Giannini embaixo do braço, tentando fazer amizade com as cordas, mas era difícil, e as cordas de aço me davam pequenos calos, mas desanimantes. Eu via um amigo mais velho tocando e ficava encantado com aquilo. Esse amigo afinava o violão dum jeito que eu nunca memorizava.
Mas como (às favas a modéstia!) desde pequeno sempre fui muito bom de ouvido, aquele jeito do amigo afinar acabou ficando na memória auditiva. E como que por encanto, ao ouvir o tal comercial com o tum-tum-tum-TUM! do contrabaixo (acústico) eu gritei sozinho: - EUREKA!!!! Aprendi como se afina!! Fui pro violãozinho azul e comecei a afiná-lo... Deu certo! Só ficou me faltando um detalhe: aprender A TOCAR o tal violão ganho de minha mãe Elvira!
Isso foi mais fácil: por algum tempo tentei, mas logo desanimei; guardei o violão debaixo da cama.
Aí, num certo dia, havia um show musical no estádio de minha terra natal (Paranavaí). Lá estando eu ficava olhando aqueles “caras” com suas guitarras tinindo de lindas, eu achava. Dentre tantos, um cantava “Se você pensa que meu coração é de papel...” Sérgio Reis); o outro “A candinha vive a falar de mim em tudo...” (o xará Roberto), e ao fundo a banda Jet Black mandava bala...
Em certo momento do show eu, ainda moleque de tudo, pensei:
- Caramba, se esses cabeludos aí conseguiram aprender a tocar guitarra, porque que eu não consigo?
Resumo da ópera (uffa!): voltei pra casa com a “cachorra”, com os jovens brios bastante feridos: dali em diante peguei aquele violão “com gosto de gás”! Fui firmando os dedos num "dó" aqui, num "mi" ali, etc., até que, menos de um ano depois eu e meu amigo Evaldo (veja as fotos na home do meu blog) fomos convidados pra começar a tocar profissionalmente numa banda paranavaiense.
Nunca mais parei! Todo dia abraço meu violão que, claro, não é mais aquele, mas um legítimo Di Giorgio, ano 1972, que comprei novinho, com o dinheiro de uma bicicleta que eu tinha e que vendi pra isso...
Mas a lembrança do comercial ainda mora minha memória...
Titão, meu amigo. Você tem um espírito muito bonito, uma alma singular; toda vez que por aqui passo, tenho mais e mais surpresas. Canceriano igual a eu é bicho saudosista por natureza. Obrigado por isso também.
ResponderExcluirOlha, como não tenho seu e-mail, desculpe tomar-lhe o tempo, mas vou lhe contar uma saudade que tenho de comercial (até porque já trabalhei em rádios): trata-se um da Volkswagen, ainda de rádio, salvo engano lá de 1963 ou 64, em que se anunciava, pasme, a "Kombi". A certa altura do jingle, já quase ao final, o locutor dizia mais ou menos assim: - ... numa Kombi cabe até um contrabaixo (acústico). (e perguntava em seguida) Você conhece um contrabaixo? (e então vinha o sonoro arremate)... tum-tum-tum-TUM!
Pois então Tito, a essa época eu andava de violãozinho Giannini embaixo do braço, tentando fazer amizade com as cordas, mas era difícil, e as cordas de aço me davam pequenos calos, mas desanimantes. Eu via um amigo mais velho tocando e ficava encantado com aquilo. Esse amigo afinava o violão dum jeito que eu nunca memorizava.
Mas como (às favas a modéstia!) desde pequeno sempre fui muito bom de ouvido, aquele jeito do amigo afinar acabou ficando na memória auditiva. E como que por encanto, ao ouvir o tal comercial com o tum-tum-tum-TUM! do contrabaixo (acústico) eu gritei sozinho:
- EUREKA!!!! Aprendi como se afina!! Fui pro violãozinho azul e comecei a afiná-lo... Deu certo!
Só ficou me faltando um detalhe: aprender A TOCAR o tal violão ganho de minha mãe Elvira!
Isso foi mais fácil: por algum tempo tentei, mas logo desanimei; guardei o violão debaixo da cama.
Aí, num certo dia, havia um show musical no estádio de minha terra natal (Paranavaí). Lá estando eu ficava olhando aqueles “caras” com suas guitarras tinindo de lindas, eu achava. Dentre tantos, um cantava “Se você pensa que meu coração é de papel...” Sérgio Reis); o outro “A candinha vive a falar de mim em tudo...” (o xará Roberto), e ao fundo a banda Jet Black mandava bala...
Em certo momento do show eu, ainda moleque de tudo, pensei:
- Caramba, se esses cabeludos aí conseguiram aprender a tocar guitarra, porque que eu não consigo?
Resumo da ópera (uffa!): voltei pra casa com a “cachorra”, com os jovens brios bastante feridos: dali em diante peguei aquele violão “com gosto de gás”! Fui firmando os dedos num "dó" aqui, num "mi" ali, etc., até que, menos de um ano depois eu e meu amigo Evaldo (veja as fotos na home do meu blog) fomos convidados pra começar a tocar profissionalmente numa banda paranavaiense.
Nunca mais parei! Todo dia abraço meu violão que, claro, não é mais aquele, mas um legítimo Di Giorgio, ano 1972, que comprei novinho, com o dinheiro de uma bicicleta que eu tinha e que vendi pra isso...
Mas a lembrança do comercial ainda mora minha memória...
Abraços de seu blogamigo
ZR
Nossa! Eu me lembro deste comercial!Muito bacana!
ResponderExcluirBom fim de semana
Bjs